Numa norma de tijolo e betão porquê construir em Pau?
O que nos levou a escolher CLT foi um conjunto de factores que não são em Portugal muito considerados na construção.
Construir em CLT requer que toda a arquitectura e pormenores sejam pensados em fase de projecto. Não pode existir uma separação entre arquitectura e funcionalidade/especialidades porque não dá para emendar em obra. – Estamos a falar de precisões na ordem dos 2mm.
Ora este planeamento requer mais tempo e melhores projectos a serem feitos. Requer mais tempo para projectar e mais do que isso optimizar as peças de CLT necessárias o que permite reduzir custos em ferragens e uma montagem ainda mais rápida. – A vantagem deste bom projecto traduz-se depois em rapidez na montagem, onde uma implantação de 200m2 demora cerca de 5 dias e uma equipa de 4 pessoas.
Então e isto não fica mais caro? Vamos definir caro… Vamos ver as coisas por diferentes prismas. O que custa numa construção hoje em dia é regra geral a mão de obra. E se acham que mão de obra especializada fica mais cara do que não especializada (ou mt mais cara, tipo dobro), não fica. O que vai gastar a mais na mão de obra especializada poupa em dias de execução em obra que, esses sim ficam caros.
Se cada especialidade tem um bom projecto que foi previamente pensado, até mesmo directamente com o profissional que vai executar, o tempo, surpresas, disponibilidade, materiais e logística estão antecipadas. Permitindo planear melhor timings controlar custos à priori e quando o profissional executa não tem de andar a conciliar ou a resolver “gatos” que se encontram em obra. Isto multiplicado por todas as especialidades vão permitir que todos trabalhem com menos stress e melhor no final do dia.
“Ah mas qualquer obra pode ser assim”. – Pode. Devia.
A questão que tenho visto no meu périplo pela construção é que os projectos são sub-valorizados. De ponta a ponta. Desde o Dono de Obra ao executante e mesmo ao projectista. No fim…. Sobra para o mexilão (Dono de Obra) que fica ou sem dinheiro, ou com chatices, ou com uma qualidade duvidoso e pior que tudo com patologias ou sem conforto no investimento…
Estamos a desviar e vou parar. O proximo post falamos de valores e melhoramentos para a construção.
Voltando ao CLT propriamente dito e como explicado é um método que exige planeamento. Que era o que nós queríamos. Madeira à vista. Minimalista e simples. Um toque sólido e um sentimento de aconchego. Queríamos uma “casa Nórdica”. Seja lá o que isso for…. Queríamos uma casa o mais Natural e ecológica possível. Com o mínimo dos impactos. Queremos uma casa praticamente auto-sustentável.
Perante tudo isto o CLT traduz-se no material do futuro em termos de construção. Não tem de ficar à vista para os que não gostarem. O impacto carbónico da produção chega a ser de 80 vezes menos do que no betão. Em termos sísmicos é substancialmente melhor. E em termos de incêndio…. Sim. Aguenta-se mais tempo do que estruturas em betão. Cai. Sim. Como o betão… mas vai demorar mais.
Porque não “wood-frame”? – Seria uma solução válida sem dúvida se não optássemos por madeira à vista. Pessoalmente prefiro o toque de uma estrutura sólida ao invés do wood-frame mas há soluções para mitigar tal e é uma solução mt válida para soluções que sejam para revestir.
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